Juntos por uma inovação na economia circular

Juntos por uma inovação na economia circular

O projeto Inovação Circular cresce com novas iniciativas e muitos jovens envolvidos

 

O projecto Inovaçao Circular chegou agora a meio e já é possível ver os frutos entre a vibrante comunidade de jovens envolvidos nas suas muitas iniciativas.
 
As duas incubadoras de empresas HubLink e Palincune são activas e dinâmicas, e há muitas Médias e Pequenas Empresas na zona da Beira que operam na economia circular apoiadas pelas vias de aceleração.
 
Basta seguir a página Facebook do projecto, para ter provas, através de fotografias e textos, do empenhamento e da energia que ele pode dar.
 
Na galeria seguinte, temos  algumas imagens referentes a:
  • Visita do novo representante do CAM em Moçambique, Marco Andreoni a Incubadora de Negócios PALINCUNE da Universidade de Zambeze e inauguração de uma Mini-Biblioteca sobre empresas sustentáveis (12 de Março).
  • Visitas a algumas das empresas/start-ups apoiadas pelo programa no âmbito da colaboração com a UniNova e a Hub Link e à empresa N.Escolhas acelerada no âmbito do projeto IaC (7 de Março).
  • Formação sobre a redação e gestão de projectos e estratégias de angariação de fundos para os membros das duas incubadoras e para os directores e pessoal da Universidade Zambeze (21-22 de Fevereiro).
  • Lançamento do primeiro Programa de Incubação de 2024 pela Hublink e assinatura de acordos de compromisso com jovens empresários (16 de Fevereiro).
  • Reunião de apresentação dos ateliers de formação profissional para os jovens do bairro Macuti Miquejo em colaboração com o projecto Mudar (9 Fevereiro).
  • Visita do Embaixador da UE em Moçambique, Antonino Maggiore, com o objetivo de conhecer o mundo empresarial de Moçambique e o projecto Inovaçao Circular (30 de Janeiro).
Inovaçao circular é um projecto de quatro anos (2022-2025) cofinanciado pela União Europeia, a Fundação San Zeno e a Otto per Mille Valdese. É realizado pelo CAM em conjunto com a Fundação Aurora, a Universidade Zambeze e a Universidade de Coimbra.
Actualizações do Webinar sobre Empreendedorismo Sustentável

Actualizações do Webinar sobre Empreendedorismo Sustentável

Decorreu na quinta-feira, dia 23 de Março, o Webinar sobre Sustentabilidade Empreendedora e Economia Verde, integrado no projeto Inovação Circular (IAC), destinado a jovens empreendedores moçambicanos.

A participação no Webinar foi muito sentida: 80 pessoas ligadas online para acompanhar os vários debates e intervenções organizadas pelos parceiros do projecto.

As intervenções foram agrupadas em áreas temáticas, todas focadas em fazer negócios com vista à sustentabilidade ambiental. Durante a abertura do Webinar, a nossa colaboradora Margherita Busana apresentou a realidade do CAM, o propósito do projecto IaC e os conteúdos do Webinar.

Seguiram várias ideias de especialistas em empreendedorismo sustentável. David Franco, director da incubadora HubLink Moçambique, destacou as ligações entre negócios lineares e alterações climáticas e a importância da adoção de uma lógica circular para limitar os danos ambientais em Moçambique, com particular referência ao distrito da Beira. Os temas abordados foram desde a necessidade de melhorar a gestão de resíduos em Moçambique, à redução do consumismo, desde o cumprimento da meta de desperdício zero, até à redução dos custos dos materiais para os sectores mineiro, agrícola e energético.

Falando de gestão de resíduos, Carlos Serra, diretor do CEAR, salientou que em Moçambique há uma falta de gestão generalizada da emergência de resíduos. Na verdade, mesmo os municípios mais organizados do país não têm um projeto de cooperação com os cidadãos locais para melhorar a colecta de lixo. No entanto, o CEAR organiza um serviço de recolha de metais sob o nome de Djova Xitaduma para colmatar esta lacuna de gestão.

Marta Sachy, por outro lado, diretora da Fundação Aurora, mencionou duas realidades importantes em África para a aceleração de uma economia circular: a ACEA, que lida com sistemas alimentares, embalagens, eletrónica, moda e sistemas de construção, e os fundos ACEF, que visam desenvolver competências técnicas e institucionais para uma transição verde das empresas.

A partir das entrevistas com alguns dos participantes no Webinar, verificou-se que, no geral, os jovens estavam satisfeitos tanto com a organização como com o conteúdo do evento, e alguns sublinharam como o Webinar enriqueceu os seus conhecimentos sobre a economia circular. Alguns jovens sugeriram também a inclusão de alguns estudos de caso de realidades empresariais verdes bem-sucedidas, um truque que a administração certamente levará em grande consideração para uma reunião futura.

Jovens da Beira para a Beira – apoiar o empreendedorismo local

Jovens da Beira para a Beira – apoiar o empreendedorismo local

Por ocasião da recente edição do Curso de Língua Portuguesa e Cultura Moçambicana, tivemos uma conversa com Feleciano Januário, colaborador do Projecto InovAção Circular a Beira, pedindo-lhe que nos contasse o que faz e qual é o panorama das startups na cidade.

Entre 2014 e 2015, Feleciano, então com 22 anos, fundou a sua própria empresa, a FELUJA, que oferece vários serviços de TI. Mais tarde conheceu outros jovens empreendedores, conheceram-se especialmente em feiras e eventos, que sentiram a necessidade de aderir e daí nasceu a incubadora de negócios Hub Link, em 2017. A HubLink, que conta hoje com 5 membros fundadores, tem como objectivo ajudar outros jovens empreendedores a iniciar, e “acelerar” os seus negócios, prestando atenção aos aspetos de sustentabilidade social e ambiental.

Uma das mais belas iniciativas promovidas pela rede em seus primeiros anos de actividade foram as “conexões”, eventos de troca de experiências onde são contadas histórias de sucesso. A rede de “jovens da Beira para a Beira” funcionou bem, na altura ainda não estavam ligados a projectos nacionais ou com referência à capital Maputo, mas pretendiam expandir-se para as províncias vizinhas de Chimoio, Tete e Zambeze. Depois, em Março de 2019, veio o terrível Ciclone Idai, que devastou a cidade da Beira, escritórios, infraestruturas. Durante quase um mês, não havia água corrente, gasolina, muitas vezes electricidade e nem internet. Esta tragédia teve um grande impacto no trabalho dos pequenos empresários.  Alguns conseguiram resistir e, em alguns casos, transformar-se apostando fortemente nas plataformas digitais, e em muitos casos o apoio financeiro e operacional também chegou do exterior, em projectos de intervenção pós-ciclone, mas depois em 2020 chegou a pandemia de covid-19, prejudicando muitas actividades que tinham laboriosamente recomeçado.

Incentivamos o empreendedorismo entre os jovens para reduzir significativamente o desemprego juvenil e a pobreza, apoiando iniciativas que ajudarão a erradicar as desigualdades em Moçambique, particularmente na Beira.

Feleciano Januário

Cofundador da HubLink

Feleciano é um jovem que nunca para, para além do seu negócio, sua colaboração com o CAM no âmbito do projecto Inovação Circular (IaC), fazer parte da HubLink e trabalhar para a Universidade Zambeze da Beira, é também Delegado Provincial da Associação Nacional de Jovens Empresários. Através deste último compromisso, procura actuar no sentido de proporcionar oportunidades na província de Sofala e noutras áreas do centro-norte de Moçambique, dado que a maioria dos eventos, formações e oportunidades a nível nacional são realizados em Maputo. A capital é descentralizada e distante para muitos jovens empreendedores de outras regiões do país.

O projeto Inovação Circular, no qual o Feleciano está sobretudo envolvido no reforço das duas incubadoras e aceleradoras de negócios beneficiárias do projecto, nas quais também acompanhou a sua fase de criação, tem entre os seus objectivos também o apoio a redes empresariais femininas.  Não temos dados fiáveis sobre negócios geridos por mulheres, mas Feleciano diz que existem algumas realidades dinâmicas e crescentes com as quais o projeto IaC colabora activamente em áreas como: a produção e transformação de alimentos (por exemplo, uma pequena empresária produz e comercializa manteiga de amendoim); restauração; importação e comércio de peixe; criação de objectos criativos de reciclagem com latas.

Bom trabalho para Feleciano, com a esperança de que 2023 seja um ano de crescimento positivo para as muitas realidades de impacto social que ele, colegas da HubLink e do projecto IaC apoiam!

A directora da Fundação Aurora Marta Sachy na Beira para consolidar o projecto Inovação Circular

A directora da Fundação Aurora Marta Sachy na Beira para consolidar o projecto Inovação Circular

Directora da Fundação Aurora Marta Sachy deslocou-se à Beira de 18 de Novembro a 04 de Dezembro de 2022 para o projecto InovAção Circular (IAC) – cujo objectivo é reforçar o desenvolvimento socioeconómico da cidade da Beira, através do reforço das incubadoras de empresas e do apoio às PMEs (Pequenas e Médias Empresas), com foco na economia circular. Mas Marta Sachy tem uma ligação especial com o CAM, tendo sido responsável pela área Sócio Saúde em Caia e depois Coordenadora-Geral do CAM em Moçambique entre 2010 e 2014.

Marta Sachy trabalhou em estreita colaboração com Margherita Busana – Gestora do Projecto Inovação Circlar, e Ana Rita Querido Ana Rita Querido, da UC Business para ajudar a fazer avançar o projecto lançado em Maio de 2022. Durante a missão, houve momentos de formação conjunta com a HubLink, incubadora de negócios que o projecto pretende reforçar, para actividades de acompanhamento que visam:

  • Inspirar o negócio e o plano financeiro;
  • Desenvolver documentos descritivos do processo de incubação e aceleração;
  • Realizar reuniões com grandes empresas para posicionar a incubadora como um prestador de serviços e fornecer formação para ilustrar o potencial da economia circular em África.

Graças à forte e duradoura relação entre Marta Sachy e o CAM, aproveitámos a oportunidade para lhe fazer algumas perguntas sobre a sua visita.

A sua última visita foi em 2014, como foi regressar à Beira depois de tantos anos?

Moçambique, claro, é sempre em casa. Como também digo no meu TedX sou um cubo de identidade.

Regressar à Beira foi um sonho que se tornou uma realidade. Senti falta dos aromas, das ruas, das pessoas. Posso dizer, sem dúvida, que foi um verdadeiro regresso a casa. No entanto, encontrei uma cidade aparentemente menos activa e mais descombinada, o que me levou a ter profundas reflexões sobre a precariedade deste território. Por um lado, vi uma Beira com mais edifícios de tijolos: a estrada que liga o Aeroporto à cidade quando saí em 2014 estava cheia de arrozais, agora está cheia de casas e há também um hospital privado. Há mais clubes, mas também estradas mais esburacadas. E, na minha opinião,  o foco social aumentou.

A situação precária das estradas também me impediu de chegar a Caia. Na altura queixávamo-nos de 4-7 horas para fazer a viagem da Beira a Caia, agora se tudo correr bem, demora 12 horas. O meu sonho de apanhar uma boleia até a Caia para o fim de semana teve de lidar com a realidade da mobilidade tornada ainda mais difícil pela falta de manutenção das vias terrestres.

Na sua opinião, qual é a força do CAM neste projecto?

Encontrei o CAM sólido, conhecido e organizado. Por coincidência pude encontrar-me com o Sr. Elias Lanquene Joaninho e com o Sr. Benjamin João Batista nos escritórios da Beira! Que fabulosa surpresa encontrar os dois colaboradores de longa data, agora em funções de grande responsabilidade pelo projecto de Caia.  O ponto forte? Inegavelmente continuidade. Um exemplo concreto: quando eu e a Margherita fomos a reuniões institucionais e lhes contei que de 2010 a 2014 trabalhei em Caia, toda a gente conhecia o CAM.

O encontro com o Diretor Provincial da Indústria e Comércio decorreu na presença de colaboradores que já me conheciam e com quem já tinha tido reuniões no passado. Acredito que a idea de continuidade das actividades é algo que pouquíssimas instituições têm e é fundamental para consolidar relações institucionais, projectos efectivos e a ideia de que estamos caminhando juntos.

Gostaríamos de agradecer a Marta Sachy pelo seu testemunho e à Fundação Aurora pelo relatório (aqui está o artigo no site da Fundação).

Vozes do Fórum Juvenil de Beria – Jovens Empreendedores da Economia Circular

Vozes do Fórum Juvenil de Beria – Jovens Empreendedores da Economia Circular

A 09 de Junho de 2023, decorreu o  Fórum Juvenil na cidade da Beira, um evento muito importante na agenda do projecto IaC (Inovação Circular) que permitiu a muitos jovens moçambicanos dar a conhecer as suas ideias de negócio.

O objectivo do Fórum era seleccionar, entre numerosos candidatos, três PME (Pequenas e Médias Empresas) que serão seguidamente acompanhadas durante dois anos num processo de transição para uma economia circular e sustentável.  Os jovens empreendedores tiveram então a oportunidade de apresentar as suas ideias de negócio através de um pitch, ou seja, um espaço de intervenção para ilustrar o seu negócio e convencer o júri a apoiá-lo.

Claro que não faltaram debates e conferências sobre o tema da Sustentabilidade na Economia de Hoje e do Amanhã. O Professor Jorge Fernando Brandão Pereira deu um interessante seminário sobre a Economia Circular e Verde, enquanto a Sheila Ibrahimo, uma empreendedora moçambicana de muito sucesso, falou sobre o Empreendedorismo Feminino em Moçambique. De facto, o Fórum teve como objectivo destacar as ideias empresariais das mulheres, apoiar a presença das mulheres na economia moçambicana. O Fórum terminou com um concerto realizado por vários artistas, incluindo o famoso Assa Matusse.

O Fórum foi um exemplo significativo de cooperação internacional, graças ao apoio Institucional da União Europea em Moçambique, da Embaixada Francesa em Moçambique e da Cooperação Alemã através da iniciativa UniNova GIZ graças ao apoio organizacional da Universidade Zambeze e da Universidade Licungo, que acolheram todos os eventos do Fórum, e da incubadora de negócios Palincune, que organizou o seminário do Prof. Pereira.

Abaixo, reunimos os testemunhos de alguns jovens que participaram no Fórum.

Qual foi a sessão de trabalho (conferência ou workshop) que mais gostou durante o Fórum? Porquê?

  • É muito difícil decidir qual eu gostei porque foram todos maravilhosos e complementares, por isso adorei todo o fórum, mas posso dizer que o workshop com os empreendedores da primeira semana, o workshop sobre ações sociais e sobre biodiversidade foram maravilhosos!
  • Todas as conferências e workshops foram óptimos porque foram interactivos e visaram transmitir conhecimentos específicos.

Qual é o valor que o Fórum Juvenil lhe transmitiu em relação à sustentabilidade e à economia circular?

  • O valor que eu tinha era ter um sentimento de pertença ao mundo e que é responsabilidade de todos nós cuidar do meio ambiente a partir de casa, porque o planeta é a casa de todos. É por isso que as acções de hoje podem ser a razão para um mundo melhor amanhã.
  • É um valor imensurável, aprendemos muito e pode, assim, mudar a consciência dos familiares, da comunidade em geral sobre a sustentabilidade e a economia circular.

Acha que o Fórum foi uma boa oportunidade para os jovens empreendedores se conhecerem e crescerem? Porquê?

  • Sim, foi excelente, porque abrimos nossas mentes para novos princípios e formas sustentáveis de fazer negócios, além de ter um networking maravilhoso.
  • As oportunidades que tivemos neste processo do fórum juvenil foram enormes, tivemos a oportunidade de discutir os nossos projectos e criar parcerias. Descobrimos que, além de empreendedores, também somos clientes uns dos outros. Todos os projectos se complementam.

Como se sentiu durante a apresentação do seu projecto?

  • Me senti muito feliz, orgulhosa e com uma ideia que pudesse ajudar as pessoas, foi um momento sensacional.
  • Senti-me bem, porque estava a “vender” o meu sonho e era uma oportunidade de levar mais pessoas a acreditarem num futuro sustentável e melhor para todos numa convivência saudável entre o homem e o ambiente.